A Aposta

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Ela era fantástica. O homem que aproximou-se dela teria toda a razão de prostrar-se à sua frente, com a cara no chão. Isso: não era uma mulher, era um altar barroco. Mas o homem ficou de pé. E disse:
- Não leve a mal...

- O quê? - disse ela, lá de cima.

- É que eu e meu amigo, ali, fizemos uma aposta...

- Que aposta? - Que você me daria um beijo na boca. Um longo e apaixonado beijo na boca.

- O quê?!

- Espere, por favor. A aposta é de um milhão de reais.

- Um milhão?! - Se você me ajudar a ganhar a aposta, metade do dinheiro é seu. - Metade de um milhão para mim? -

É. Ela pensou durante alguns segundos. Depois ergueu-se do banquinho do bar, abraçou o homem e lhe deu um longo e apaixonado beijo na boca. Ao fim do qual o homem sacudiu a cabeça e disse, desolado:

- Perdi.- Como, perdeu?

- Eu apostei que você não daria.
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