Na vasta enfermaria ela repoisa
Tão branca como orla do lençol.
Gorjeia a sua voz ternos queixumes,
Como no bosque à noite o roxinol.
É delicada e triste. O seu corpito
Tem o perfume casto da verbena.
Não mais brancas as magnólias brancas
Que sua boca tão branca e tõ pequena!
Tem o perfume casto da verbena.
Não mais brancas as magnólias brancas
Que sua boca tão branca e tõ pequena!
Oiço dizer: Seu rosto faz sonhar!
Serão pétalas de rosa ou luar?
Talvez a neve que chorou o inverno…
Serão pétalas de rosa ou luar?
Talvez a neve que chorou o inverno…
Mas vendo-a assim tão branca, penso eu:
É um astro cansado, que do céu
Veio repoisar nas trevas dum inferno!
É um astro cansado, que do céu
Veio repoisar nas trevas dum inferno!
Florbela Espanca
2 comentários:
Por que será que os poemas tristes, amargurados são sempre mais belos? Que coisa linda! Abraço grande. Paz e bem.
Amiga passando para visitar e desejar um bom final de semana! beijos!!!
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