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Mais uma enchente

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A  noite foi de terror aqui em Palmares. Um temporal caiu por horas seguidas, e o pior o nível do rio começou a subir...
Uma verdadeira loucura a madrugada toda. As duas da manhã, começou uma agitação na rua.
Loucura total, todo mundo tentando tirar as coisas de casa e o pior, chovendo forte demais.
Graças a Deus conseguimos levantar os móveis e também os medicamentos da farmácia.
 Tiramos alguns medicamentos, enquanto a cidade amanhecia...mas o acesso para sair do centro já começava a ficar complicado...
A cidade está  uma loucura...todo mundo querendo levar so seus pertences para  os lugares mais altos...
Triste foi acordar a minha mãe de 84 anos e dizer a ela que estav chegando novamente outra encehente na cidade e ela tinha que sair de casa ...
Toda a minha família já está na parte alta da cidade, enfim dessa vez teremos mais sorte se Deus permitir.

Reconstruir

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Tudo bem que o trabalho dignifica. Não é a toa que o sujeito se mata de estudar pra conseguir respeito e ocupar um cargo que lhe lhe é de direito através de um concurso.
Hoje fiquei surpresa ao encontrar logo cedinho pela manhã, um grupo de umas trinta pessoas com vassouras, enxadas, ciscadores e pás nas ruas da cidade. Alguns amigos que trabalham em repartição Pública ocupando cargo de confiança, em lojas e outras  empresas particulares.
Tudo bem que se trata de Reconstrução de nossa cidade. O sujeito perdeu tudo, foi lá e se cadastrou pra ganhar um salário, em troca, o Governo do Estado cobra do sujeito trabalho.
 Então seria uma prestação de serviços que pelo menos não envergonhasse o cidadão que já foi castigado por perder tudo.
 Não com um vassourão na mão, levando poeira e debaixo de um sol escaldante, como eu encontrei a minha amiga que é chefe de uma almoxarifado de um orgão Público.A casa dela foi totalmente destruída e em troca de uma ajuda de reconstrução ela passa esse vexame.Outro que é professor, cardíaco e hipertenso estava com uma enxada arrancando o mato...
Gente, tudo bem que o trabalho dignifica o homem, já dizia meu saudoso pai, mas  trabalhar em outra situação. Para se tirar o lixo da cidade, varrer e arrancar mato, temos os profissionais pagos com nossos impostos.
Para receber o Auxílio Reconstrução, os moradores das cidades atingidas pelos temporais deverão estar cadastrados e ainda ter pelo menos um dos seus integrantes participando das ações da reconstrução de moradias, prédios públicos, assistência a desabrigados ou quaisquer outras atividades relacionadas com a Operação Reconstrução.
Realmente, é lamentável que nossa cidade esteja nassa situação. Onde o professor, o comerciante, o balconista de loja, o faturista, gerente e contador, estejam nas ruas com um vassourão em busca de fazer valer o direito que lhe assiste, que é o de reconstruir a própria dignidade humana.
Enquanto isso, nossos políticos passeiam nos Shoppings antecipando as "comprinhas" de Natal, desfrutam de viagens ao exterior e se cansam nos salões de autos escolhendo o carro novo da patroa.

E a minha indignação vai pro dinheirinho que segura o SBT, O nosso Presidente Lula, liberou 2,5 bi para o banco do Sílvio Santos vem aí...
E o povo da minha cidade varrendo restos de tralhas de enchentes por um mísero salário de reconstrução!


Frase do dia:- "A revolução acontence através do homem, mas o homem tem de forjar, dia a dia, o seu espírito revolucionário."  Guevara


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Minha terra

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A minha preocupação e também a de milhares de Palmarenses, é saber como viveremos nessa área de risco de novas enchentes na nossa cidade, uma vez que até agora nada saiu do papel em relação as construções das barragens de contenção das cabeceiras do rios que banham nossa cidade. 
A pergunta fica no ar: Se é prioridade e meta do Governo Eduardo construir prédios Públicos em local alto, para livrar de novas enchentes, e as nossas casas, que ficam na parte baixa da cidade , no coração de Palmares, que iremos fazer? se nada for feito para impedir que a cidade seja tomada por enchentes , quando começarem as chuvas??? O comércio será invadido e mais uma vez perderemos tudo o que estamos reconstruindo com nosso esforço e trabalho? 

Na Mata Sul pernambucana, área mais atingida pelas enchentes ocorridas há cinco meses no Estado, esgoto e lixo contaminam a água. Construções e aterros tornam as margens mais estreitas. No trabalho de reconstrução das cidades, é preciso também cuidar do meio ambiente.
Em Palmares, trabalhadores reestruturam o sistema de saneamento da cidade. Só que a tubulação novinha em folha já leva água de esgoto diretamente para o Rio Una. Tudo de que ele não precisava.
“Em Palmares existe o projeto de criação de uma estação de tratamento de esgoto. É evidente que, tomando conhecimento da matéria, já estamos atuando na área. Já me comuniquei com o pessoal da equipe técnica de campo que, em breve, deve ter um levantamento completo da situação da área”.
Nossa Terra tem palmeiras onde canta o sabiá,não podemos deixar ela ser enterrada com a memória dos poetas.

Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Gonçalves Dias

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Profecia de Nova Enchente em Agosto amedronta a população

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O assunto mais comentado em Palmares e na região, é a promessa de uma nova enchente prevista para o dia 07 de agosto de 2010. O povo ainda assustado com a calamidade que assolou a região,  fica ainda mais perplexo com a nova notícia. Um cidadão Evangélico de Catende diz que teve uma revelação sobre essa nova enchente que vem aterrorizando as cidades da Mata Sul.


O perdão da dívida?

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Os comerciantes que perderam tudo nas chuvas que atingiram o estado no mês passado já podem respirar aliviados. A Secretaria da Fazenda informou ontem que vai prorrogar as arrecadações do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) dos meses de junho e de julho para janeiro do ano que vem. A medida, publicada ontem no Diário Oficial do estado e válida somente para esses contribuintes, pretende minimizar os prejuízos sofridos pelos pequenos comerciantes das áreas afetadas pelas enchentes. Quem perdeu o patrimônio com as chuvas pode ter as dívidas perdoadas pelo Fisco. Tudo vai depender da análise de auditores da Fazenda, que visitarão os comerciantes de 12 municípios em estado de emergência e de calamidade a partir do dia 1º de agosto. Os servidores terão até 90 dias para identificar quem está precisando mais de ajuda e que terá o imposto perdoado. 
Cobranças - As multas, por enquanto, estão suspensas. Ainda não se sabe quanto o estado deixará de arrecadar após as enchentes com o "perdão" aos comerciantes das áreas afetadas. Embora a norma seja válida para todos, as microempresas terão tratamento diferenciado. "Elas não receberão visitas dos auditores. Vamos elaborar uma abordagem especial porque nem todos perderam tudo com as chuvas. Muitos desses estabelecimentos possuem escritórios no Recife", disse o secretário executivo.
Ele ressaltou que os comerciantes regulares não precisarão procurar unidades da Secretaria da Fazenda para requerer a prorrogação das arrecadações. "Nós é que iremos procurá-los. Já temos uma lista com mais de 500 nomes e vamos avaliar caso a caso, encontrando soluções específicas para eles. Não existe uma solução única para todos. O objetivo é conversar com o contribuinte e encontrar uma solução que seja favorável para ele nesse momento. Não é preciso se preocupar com a nossa visita", antecipou. Outras informações podem ser obtidas através da central de atendimento da Secretaria da Fazenda, pelo número 0800.285.1244. 

A Luta pela Vida

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A segunda tragédia

Depois das enchentes, moradores das cidades mais atingidas em Pernambuco e Alagoas tentam reconstruir suas vidas. Sobram desespero e desânimo, e faltam comida, luz, água e empregos

Por Bruna Cavalcanti, enviada especial a Palmares (PE)

É preciso força e coragem para caminhar pelas ruas da cidade de Palmares, Zona da Mata Sul de Pernambuco. A lama grossa e imunda invade, com um cheiro fétido, todos os caminhos por onde antes trafegavam pessoas e veículos. Em cada canto se ouvem histórias de quem perdeu tudo. Relatos de dor, drama, vazio e desânimo. 
 Por todo o centro da cidade e nas ruas mais afetadas pelas águas do rio Una, a sensação é de se estar num verdadeiro lixão. Em casas cheias de sujeira e entulhos, as pessoas tentam limpar as poucas coisas que não foram destruídas ou levadas pelas águas. Em condições desumanas e correndo sérios riscos de contraírem doenças, os palmarenses lutam como podem. Muitas vezes, tratam de fazer a limpeza com as próprias mãos, já que faltam equipamentos adequados. Precariamente, buscam retomar suas rotinas. Mas é difícil saber por onde começar.
“Isso aqui não é uma cidade, isso aqui é o inferno”, grita um morador de dentro de uma casinha. O inferno também ameaça trazer a fome. Já chegam a Palmares notícias de localidades onde os moradores só têm barro para comer. Ali, ninguém duvida: a luta pela vida está apenas começando.

 Fonte:ISTO É INDEPENDENTE