DVD sobre dilúvio vira “sucesso” em Palmares
No Centro Social Urbano de Palmares, onde estão 42 desabrigados, um grupo se reuniu em frente à televisão na manhã de ontem para assistir a um filme que a primeira vista parecia uma obra ficcional em que uma catástrofe natural destroi mundo em poucas horas. O mote até era esse mesmo, mas as imagens não eram de nenhuma produção feita em Hollywood. O cenário foi a própria Palmares.
Uma compilação das cenas de desespero acontecidas há cerca de 20 dias no município, viraram um DVD com o nome de “Enchentes 2010 Palmares”, vendido a R$ 2 nas ruas. Questionados se não se sentiam mal revivendo a tragédia pela qual eles mesmos passaram, os espectadores garantiram que não. “É que dá uma curiosidade. Mas tem gente que prefere não ver, diz que é para não sofrer de novo”, afirmou Valéria de Lira, 37 anos.
Ali no Centro, várias famílias dividiam o almoço de domingo. Em meio a toda aquela intimidade forçada, as pessoas tentam garantir um pouco de privacidade dividindo pequenos lotes de espaço separados pelo que sobrou de pertences. As crianças que perambulavam pelo lugar, brincando entre as roupas que foram doadas e improvisando jogos, contavam o sofrimento que viveram. Bruna Stérfany de Alcântara, 9 anos, explicou que ficou ilhada junto com a mãe e os irmãos na sua residência e foi resgatada de helicóptero. “Meu pai tentou me tirar de lá nas costas dele, mas a parede deu um choque e jogou a gente para longe. Mas a hora que eu mais tive medo foi quando vi os postes pegando fogo. Foi horrível”. E o que é o pior de estar no abrigo? “Aqui é muito frio, a gente dorme no chão duro”. Já Paulo Ferreira de Silva, 7 anos, um dos mais simpáticos do grupo, o rosto cheio de arranhões, argumentou o triste motivo pelo qual ele prefere morar no abrigo do que na sua antiga casa. “Na minha casa não tinha muita comida e aqui tem!”, disse, abrindo um enorme sorriso.
Uma compilação das cenas de desespero acontecidas há cerca de 20 dias no município, viraram um DVD com o nome de “Enchentes 2010 Palmares”, vendido a R$ 2 nas ruas. Questionados se não se sentiam mal revivendo a tragédia pela qual eles mesmos passaram, os espectadores garantiram que não. “É que dá uma curiosidade. Mas tem gente que prefere não ver, diz que é para não sofrer de novo”, afirmou Valéria de Lira, 37 anos.
Ali no Centro, várias famílias dividiam o almoço de domingo. Em meio a toda aquela intimidade forçada, as pessoas tentam garantir um pouco de privacidade dividindo pequenos lotes de espaço separados pelo que sobrou de pertences. As crianças que perambulavam pelo lugar, brincando entre as roupas que foram doadas e improvisando jogos, contavam o sofrimento que viveram. Bruna Stérfany de Alcântara, 9 anos, explicou que ficou ilhada junto com a mãe e os irmãos na sua residência e foi resgatada de helicóptero. “Meu pai tentou me tirar de lá nas costas dele, mas a parede deu um choque e jogou a gente para longe. Mas a hora que eu mais tive medo foi quando vi os postes pegando fogo. Foi horrível”. E o que é o pior de estar no abrigo? “Aqui é muito frio, a gente dorme no chão duro”. Já Paulo Ferreira de Silva, 7 anos, um dos mais simpáticos do grupo, o rosto cheio de arranhões, argumentou o triste motivo pelo qual ele prefere morar no abrigo do que na sua antiga casa. “Na minha casa não tinha muita comida e aqui tem!”, disse, abrindo um enorme sorriso.
FOLHAPE