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Gregório Bezerra - “História de um Valente”

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Por ser ativista político,meu irmão Genésio Cavalcanti está se realizando por fazer parte do elenco desse maravilhoso Filme que está sendo rodado aqui na Mata Sul, em Catende -PE.
 História de um Valente, que começou a ser gravado neste sábado (03), é uma homenagem a um homem que passou 23 anos da vida preso por lutar contra a ditadura militar. Um homem que também foi torturado e exilado. Ele é o pernambucano Gregório Bezerra, que morreu em 1983.  

As cenas do filme relembram momentos como os vividos no terraço do Palácio do Campo das Princesas, quando ocorre um encontro de amigos. O ex-governador Miguel Arraes e os militantes do Partido Comunista David Capistrano e Gregório Bezerra, conversam sobre o momento da política no Brasil. A cena, que aconteceu em 1963, está registrada agora em filme. 

Um longa metragem dirigido por Cláudio Barroso, que começou a ser gravado no Recife. O filme conta a história do pernambucano Gregório Bezerra, líder comunista, preso pelo regime militar, torturado em praça pública e exilado.
A produção está orçada em R$ 3,5 milhões e contará com locações no Recife e no interior pernambucano.
O consultor de História de um Valente, desde a primeira versão do roteiro - há três anos -, é o filho de Gregório, Jurandir Bezerra. Já o diretor, Cláudio Barroso, chega ao projeto com larga experiência. Co-dirigiu seu primeiro curta, "Afundaçãodobrasil", em 1980.

O comunista

Gregório Lourenço Bezerra nasceu no ano de 1900, na cidade de Panelas, interior de Pernambuco. Ainda criança, perdeu os pais e veio para o Recife. Trabalhou como carregador de bagagens na Estação Central, jornaleiro e ajudante de obras. Foi analfabeto até os 25 anos.

Começou a se interessar pela política ainda jovem. Participou de manifestações em apoio à Revolução Bolchevique e das primeiras ondas de greve geral por direitos trabalhistas no Brasil. Fez parte do Partido Comunista do Brasil (PCB), do Partido do Movimento DemocráticoBrasileiro (PMDB) e foi o deputado federal mais votado em Pernambuco na época da Constituinte.

Se somadas todas as vezes em que Gregório Bezerra foi preso, significa dizer que ele passou 22 anos de sua vida privado do seu direito de liberdade. Ele morreu em 21 de outubro de 1983, em São Paulo.

Advogada lembra trajetória de lutas do líder comunista
A estudante concluinte de Direito e professora, Mércia Albuquerque, passava pela praça de Casa Forte, no dia dois de abril, logo após o golpe militar de 1964, justo no momento em que um homem idoso estava sendo arrastado na rua e espancado por um coronel e vários sargentos, sob o olhar horrorizado dos que passavam. “Naquele momento eu decidi que iria defender aquele homem que estava sendo torturado em público. E foi o que fiz”, conta Mércia, que se tornou advogada de presos políticos e, em especial, de Gregório Bezerra.

“Quando eu vi aquela cena, lá em Casa Forte, com o coronel Darcy Villoc Viana (o oficial que comandou a prisão de Gregório) gritando ensandecido e ameaçando o ancião, enquanto soldados muito jovens arrastavam aquele homem cambaleando, eu senti que deveria deixar minha profissão de professora de menores abandonados e passar a fazer algo por aquele homem torturado”, lembra a advogada.
Ela localizou Gregório no Parque de Motomecanização, um quartel em Casa Forte. “Ele estava numa cela, com os pés queimados por soda cáustica". 

São relatos como esse que me fazem voltar aos meus 7 anos de idade, lembranças que nunca me sairam da memória, quando com terror vivia o medo de meu pai ser arrastado de casa. Sim, porque na sala da minha casa, lembro que tinha cartazes imensos de Miguel Arraes e do Partido Comunista.
Pelos postigos da porta, me tremia toda ao ver passar caminhões blindados e soldados em desfile de marcha, em busca de militantes comunistas.

 VIVA MEU PAI HEITOR, VIVA O PARTIDO COMUNISTA!