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Engenho Verde

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Construída em 1841, por Louis Léger Vauthier ( O mesmo engenheiro do Teatro Stª Isabel, em Recife), a casa sede do Engenho Verde, em estilo colonial, retrata a história de usineiros e coronéis que ali viveram. 
O Casarão do Engenho Verde é daquelas obras que causa inveja por seus detalhes, o que denuncia que a idéia materializada no papel o tempo não consegue destruir por sua consistência, altivez e imponência.

Além de ilustres personalidades da história, como o poeta e escritor Hermilo Borba Filho, que nasceu e viveu no casarão até os 16 anos, Este acervo foi deixado e está preservado até hoje. 
Em breve, uma magnífica e potente barragem, será construída e ás águas inundarão esse majestoso e belo lugar. 
É um mal necessário, que certamente protegerá milhares de pessoas a preservarem suas vidas e suas casas de outras enchentes.

Só restarão as lembranças deste lugar mágico. E como disse certa vez o Hermilo: "Palmares é minha marca, para toda a vida!" 
Onde ele deixou o coração , imortalizado nas suas obras: 
                                                                  "Sol das almas",
"A Porteira do mundo",
"As meninas do sobrado"
" Os caminhos da solidão"
"Margens da lembrança"
"Os ambulantes de Deus"
                                            
Aqui estou de pés plantados na terra vomitando palavras. Lembro-me de tudo : dos cheiros, das cores, das palavras, de todos os atos. Embora saiba que jamais alcançarei o futuro, continuarei escrevendo até secar os dedos. O que importa é lembrar e pedir para não ser julgado.  Esta é uma tábua de lembranças." 
No tempo, na infância, em Palmares, nas cheias, bichos mortos passando, passando trastes e árvores até, o Capitão Hermilo me informava que tudo ia para o abreu. “Está descendo para o abreu”, era o que ele dizia, gravemente. “Manoel Pitota morreu afogado.” “Acharam o corpo?” “Não, foi para o abreu.” Para mim, o abreu era um lugar indefinível, eu não sabia classificá-lo como uma daquelas casas sombrias dos filmes em série ou mesmo como uma morada dos mortos. Era o abreu, simplesmente, indefinível, somente misterioso ”

Hermilo Borba Filho observou certa vez que “a arte do Nordeste, abrangendo a literatura, a pintura, a escultura, o teatro, [tende a representar] a realidade-imaginada, campo onde o artista se movimenta numa região em que o mágico, o fantástico, o maravilhoso andam de mãos dadas com a realidade.”

* Engenho Verde - Palmares (PE - Brasil), 8 de julho de 1917 - † Recife (PE - Brasil), 2 de junho de 1976




E Viva a Vida!

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Amo a Vida ! não a literatura da Vida, a vida literariamente, como me chega às mãos,
ou artisticamente, pelo convívio e necessidade
que o Espírito me impõe.
Literatura é Vida mas a Vida não é literatura,
a vida não existe literariamente
ou artisticamente.
Amo a Vida vivamente !
Vibro em cada átomo que se anima
vibra pulsa explode energiza
a minha vida e a de cada criatura humana.
A Vida é boa, a Vida é bela,
tudo é vivo e viverá
- no que vejo toco penso digo
escrevo transfiguro deliro e sonho -
mesmo depois que eu não mais viver.
Vivi meio século
e tenho ainda outra metade
do meu século para viver.
Posso até morrer amanhã...
ou, quando acabar de escrever este poema,
na grafia do seu último verso :
VIVA A VIDA !
E continuarei vivendo.


"E Viva a Vida !"
(última frase escrita por Hermilo)


Fonte:  www.jcorreyapanamerica.blogspot.com

Cordel Encantado

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Reza  a lenda que todo Nordestino tem que gostar um pouquinho de Cordel. Um tipo de poema popular que tem rimas e também xilogravuras. Pendurados em cordas, os folhetos ganharam o mundo contando histórias em estrofes de seis, oito e até dez versos.
Os cordelistas sempre são acompanhados de viola e  recitam de forma harmoniosa , como uma cantoria. Atualmente o Cordel está bastante em moda, a globalização o colocou em evidencia. Com aprovação de muitos e desdém de alguns que tem repulsa pelo Nordeste (acho que nem assistem a novela por tal descriminação), o cordel passou a ser conhecido no mundo todo. 
A novela, Cordel Encantado, é uma peleja entre Nordestinos cangaceiros e reis, onde o amor está acima do bem e do mau.
 Falando em Cordel, esses versos é uma mensagem para o dia de hoje. Da minha amiga blogueira e cordelista, Dalinha de renome em todo o território Nacional.

PÁSCOA E PAZ


Vamos adubar nosso chão,
Plantar justiça, colher a paz.
Ressuscitar sentimentos
Que tanta falta nos faz.
Repudiar a violência
Pois cada um é capaz.

Chega de tanta violência,
Chega de tanta matança.
Chega de tanta maldade
Envolvendo até crianças.
Vamos semear justiça,
E tentar colher esperança.

Cristo foi crucificado,
Para nossa salvação.
Vamos abraçar o próximo,
Como se fosse um irmão.
Vamos ressuscitar a paz,
E abrandar o coração. 
*
CORDEL DE SAIA

Santa Oração







Na mão tremula o rosário
No peito o escapulário
Uma prece , uma louvação
Aos pés de padre Ciço Romão


Um homem franzino chorando
Esborra as lágrimas do sertão
E no arroubo do seu choro, chora
Gonzaga, Frei Damião...


Santo Antonio no altar
Ri das travessuras de um menino
Pra cada andor uma procissão
Quem se eu do céu gritasse
Me estenderia sua mão?


Pra Maria Bonita uma oração
Pra Antonio Conselheiro extrema-unção


Num pensar mancomunado
Dois sujeitos muito macho
Um projeto pra nação


Ariano Suassuna com brilho
E Hermilo Borba Filho
Essa dupla genial
Dois pensadores nordestinos
Criaram o Movimento Harmorial


No vale fértil do sertão
Tomba jagunços e seus irmãos
Nos rochedos sangra o peito
Do destemido Lampião.



Melodia: Zé Linaldo
 Voz: Sérgio Boi


Essa música é de autoria de meu irmão, Poeta Genésio Cavalcanti . Pena que a globo não a conhece, ficaria linda na novela Cordel Encantado, não acham?




Palmares, terra dos Poetas

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Quando pequena sempre me emocionava ao ouvir este hino da minha cidade.Nem título de cidadã Palmarense eu tenho,nascí em Recife e vim para cá com dois dias, segundo minha mãe me conta.Acho que minhas raízes ficaram,pois nunca sai daqui.Nas minhas veias corre o sangue dos meus antepassados,bravos trabalhadores que tanto deram seu suor por dias melhores,como é o caso do meu avôGenésio Cavalcanti,dono da Pharmacia São Pedro, onde hoje estamos dando continuidade no mesmo local e mesmo ramo.Sou da Terra das Palmeiras, da cana de açucar, de engenhos e casas- grandes...sou de uma terra de bravos guerreiros, que cansados de batalha, descansam no vale do Rio Una e Pirangi...sou da terra de sonhos e de ideais,de cultura e de grandeza,como cantou Silva Jardim.
Palmares é uma das cidades mais tradicionais de Pernambuco. O nome palmares deriva da grande quantidade de palmeiras que existia na região. O nome também deu origem ao Quilombo dos Palmares, o maior da história do Brasil; embora hoje a região do quilombo
esteja em Alagoas, boa parte dele (que era muito grande) localizava-se em terras da então capitania de Pernambuco; leia mais sobre o Quilombo dos Palmares.
Com a chegada dos trilhos da estrada de ferro sul de Pernambuco, em 1862, a população cresceu consideravelmente. Tendo em vista a posição privilegiada da cidade, a estrada de ferro instalou no local o escritório central da administração, oficinas, almoxarifados e armazéns, tornando Palmares o centro comercial da região.
Palmares foi elevado à categoria de cidade pela Lei provincial nº 1.093, em 24 de maio de 1873, desmembrando-se do município de Água Preta.
Administrativamente, Palmares está constituído pelos distritos sede e Santo Antônio dos Palmares e pelo povoado de Usina Serro Azul.
Anualmente, no dia 09 de junho Palmares comemora a sua emancipação política.
Palmares tem muita história para contar.
Terra dos Poetas famosos, como Hermilo Borba Filho e Ascenso Ferreira,o município possui o primeiro teatro a funcionar no interior de Pernambuco e o terceiro mais antigo do Estado, além de abrigar a primeira loja maçônica de Pernambuco.
Além da carga histórica da cidade, há também um lado mais bucólico. Existem vários atrativos naturais para os visitantes. O município é cercado por muitas águas. Ideal para quem deseja relaxar e tomar banhos de cachoeiras e corredeiras. A Cachoeira da Barragem do Rio Camivô é perfeita para a prática de esportes radicais e para um passeio em família.
Outras opções são as cachoeiras do Caritó e Véu de Noiva. Para chegar lá, no entanto, é preciso muita disposição, já que o caminho é feito entre bambuzais e bananeiras. A Véu de Noiva possui três quedas, sendo a mais alta com 5 metros.

Hino de Palmares

Na conjunção dos seus canaviais,
a alma verde da gleba está latente,
como esperança que riqueza traz,
tornando o solo forte e independente.

Engenhos, casas-grandes lá de outrora,
que existem pelos campos em Palmares,
são marcos a lembrar, somente agora,
as tradições de fases seculares.

Palmares é Canção da Natureza,
- Exortou, certa vez, Silva Jardim. -
É terra de cultura e de grandeza,
no mundo não havendo igual assim!

Os seus dois rios – Una e Piranji,
cujas águas deslizam no torrão,
sempre irmanados, passam por aqui,
a decantar Palmares em canção.

É qual Arcádia, sempre rutilante!
Hipócrene feliz das mais diletas.
Por graça lá do céu edificante
nasceu, assim, a Terra dos Poetas!

É nova Atenas. Honra deste estado.
Aponta ao saber lindo cenário.
Reflete eternas luzes do passado,
nas tradições do Clube Literário.

Salve! Salve! Este solo glorioso.
- Que tendo história, tem belezas mil.
- Que o Brasil já tornou tão orgulhoso,
por ser a nova Atenas do Brasil!

Palmares é Canção da Natureza,
- Exortou, certa vez, Silva Jardim. -
É terra de cultura e de grandeza,
no mundo não havendo igual assim!
Hoje foi reinaugurado o Cine Teatro Apolo,que foi fundado em 1914,estava interditado desde 2001.Patrimônio histórico da cidade, o prédio foi recuperado com recursos da ordem de R$ 2 milhões do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável da Zona da Mata - Promata, vinculado à Secretaria de Desenvolvimento e Articulação Regional. O espaço tem capacidade para 360 lugares e tem como proposta estar inserido no universo cultural da população da Mata Sul.

Hora de comer, - comer!
Hora de dormir, - dormir!
Hora de vadiar, - vadiar!
Hora de trabalhar?
-Pernas pro ar que ninguem é de ferro!
Ascenso Ferreira


Fonte:
http://minhapalmares.blogspot.com.br/