Medo

11
Não bastasse o sofrimento do nosso povo em perder todas as coisas e até a casa que morava, toda a nossa população Palmarense passa por um terrível dilema:  O medo da Barragem do Prata estourar!
A semana passada, no outro dia da enchente, vivemos o maior pânico de nossas vidas , quando um boato surgiu na cidade que a barragem tinha estourado.Foi loucura total: pessoas enfartaram,todos queriam correr para o lugar mais alto da cidade,a ladeira do antigo matadouro. A ladeira de Olinda, em pleno domingo de carnaval, perdia.
Ficamos ligando para as autoridades e depois nos tranquilizamos, quando se constatou que tinha sido um "boato".
Hoje, estamos aqui apreensivos novamente.Nem sei se o pior é ver a Argentina ganhar ou esse pavor de ter de correr para não morrer afogado.
Estamos de alerta: apesar de nos sentir seguros no bairro alto que estamos, o pãnico toma conta cada vez que um celular toca...
Só sei que é horrível viver assim, temendo que a barragem do prata saia devastando tudo.
Até quando viveremos nesse horrror, ate quando teremos que viver nesse medo toda vez que chove muito nas cabeceiras dos rios que nos banham a nossa Palmares.
Consegui ficar mais calma, quando falei no Cel com o meu querido "sobrinho" Tenente Hans, falou que realmente estão sangrando a barragem e que a região baixa será atingida mais uma vez.
Ele entrou em contato com a defesa civil que está monitorando essas águas para não acontecer mais uma tragédia.
Esperamos em Deus que tudo volte ao normal em nossas vidas.
Impedir a construção de casas em áreas de risco e construir barragens que permitam às autoridades controlar a vazão dos rios em casos de excesso de chuva. Estas são as duas soluções apontadas pelas autoridades para que catástrofes como a que atingiu os Estados de Pernambuco e Alagoas no último final de semana 

Segundo ele“A engenharia que resolve isso são as barragens que controlam a vazão dos rios”, disse o coronel Carlos Casanova, comandante do Corpo de Bombeiros de Pernambuco ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã desta quinta-feira, em Palmares, uma das cidades mais atingidas pelas enchentes no Estado., o governo já identificou terrenos onde serão construídos conjuntos habitacionais para as famílias que moravam nas áreas de risco em seis cidades e agora vai entrar em um processo de negociação com os proprietários. “Se não quiserem vender amigavelmente vamos desapropriar”, disse Campos.
Para o presidente Lula, impedir que as pessoas voltem a construir em áreas de risco é uma prioridade. “Isso foi uma irresponsabilidade que cometeram no passado. Se permitirmos que aconteça de novo será uma irresponsabilidade maior ainda”, afirmou.

O presidente, que prometeu incluir dar especial atenção às cidades atingidas no programa Minha Casa Minha Vida, chamou a atenção para o risco de proprietários de terras tentarem lucrar com a desgraça alheia. “Precisamos impedir a especulação imobiliária. Tem gente que nem espera o cadáver parar de se mexer e já quer ganhar dinheiro em cima”, disse Lula.

Fazendo valer a pena!

2
Lembro que um dia , estava mostrando meu blog a minha tia Geraldina. Precisamente uns "causos" que narro onde acontecimentos interessantes que tem se passado na nossa Farmácia ao longo do tempo. Pois bem, ela leu, achou graça ,depois me olhou bem séria e falou:
- Minha filha, você é bem maior que tudo isso, faça desse seu blog uma coisa que faça valer a pena. Que tenha uma finalidade valiosa.
 Eu ri e disse : -tia ,isso aqui é a minha distração...minha válvula de escape ...
As coisas mudam, e na noite que deu a enchente, eu fiquei aacordada a madrugada toda e pensei bastante nisso;
-Vou fazer valer a pena!
Comecei a pedir doações no blog, e a resposta veio rápida.
E é isso aí gente, botei meus filhos, genro, sobrinhos, cunhada,enfim todos familiares para conseguir donativos Foram tantas pessoas que estiveram colaborando que me emocionei.
Hoje, conheci essa força ao ver chegar um caminhão de roupas, água, alimentos,sapatos, colchões...
 só tenho que agradecer ao meu sobrinho Rudival , que não mediu esforços e 5 hs da manhã já estava a caminho de Palmares.
 Se leram minhas postagens anteriores, verão que quando minha tia dorme sob efeitos de sedativos, eu corro e faço as cestas bãsicas e sacolas com roupinhas e mando entregar as pessoas amigas que perderam tudo.
Meus agradecimentos a TRANS META Express,uma empresa do Grupo Aragão,
BIRÔ GRÁFICO,de Henrique Tavares, aos colegas da Faculdade de Allan (UPE), a turma de mestrado da Federal de Nísia, as colegas de Amanda da UFAL, a Dra. Heronides da Adagro,que botou o pé na lama e foi até Serro Azul,  a todos os amigos que colaboraram pra valer.Bjs, bjs, bjs.

Lula em Palmares

0

O Haiti é aqui


A Destruição
chamada.jpg
O município de União dos Palmares (AL) foi devastado pela enchente.
Como num rastro de bombardeio, não restou nada ali: só lixo e tristeza

Quando a terra tremeu no Haiti, no dia 12 de janeiro deste ano, 1.200 soldados brasileiros, integrantes das Forças de Paz da ONU, já estavam lá e imediatamente passaram a auxiliar no resgate das vítimas do terrível terremoto que matou 200 mil pessoas. Na sexta-feira 18, as populações de mais de 100 cidades de Pernambuco e Alagoas não tiveram apoio nem parecido com este para enfrentar as enchentes que desabrigaram 154 mil pessoas. Os nordestinos contaram apenas com a própria sorte. No sábado, em Alagoas, havia quatro helicópteros para atender milhares de vítimas que esperavam por socorro em 59 municípios. Em Pernambuco, em cidades como Palmares, os primeiros bombeiros chegaram 28 horas depois de as pessoas terem se empoleirado nos tetos das casas para salvar suas vidas. A primeira reunião do comitê de crise que o governo federal criou para atender os dois Estados só ocorreu na tarde da terça-feira 22, quatro dias após o início das enchentes. E apenas na quarta-feira 23 o ministro da Defesa, Nelson Jobim, visitou os locais mais afetados. Atônito, ele também se lembrou dos desafortunados da América Central: “Só vi situação semelhante no Haiti.” Caos, destruição e morte. Juntos, Pernambuco e Alagoas contavam até o final da semana 50 mortos e estimavam em 150 o número de desaparecidos. Sessenta cidades haviam decretado estado de emergência e 35, estado de calamidade pública. Só em Pernambuco, 11.407 casas, mais de 2.103 quilômetros de estradas e 79 pontes foram destruídos.

O Abandono
img7.jpg
Na Igreja de São Miguel, em Barreiros (PE), centenas de desabrigados esperam
por uma providência divina – e pela ajuda do governo federal

Palmares, município localizado a 120 quilômetros da capital Recife, está no centro da devastação. Os relatos da gente da cidade sobre o que ocorreu ali desde a manhã da sexta-feira 18 impressionam. Muitos moradores confiaram que a água não subiria tanto e se refugiaram no andar superior das casas ribeirinhas, em vez de procurar locais mais distantes. O empresário Grivaldo de Oliveira Melo, 44 anos, foi um deles. Com a esposa, cunhada, filho, sogro e sogra, ele decidiu permanecer no seu sobrado. Foram pegos de surpresa pela força das águas. “Quando vi já era tarde. Até poderia tentar nadar, mas o meu sogro, que é cardíaco, e a minha sogra, com 79 anos, poderiam não aguentar”, conta Melo. Às 20h, o primeiro andar já estava encoberto. Faltaram quatro degraus para a água chegar ao segundo piso. “A gente já não tinha mais para onde ir”, diz ele. E a ajuda não vinha. A família de Melo só conseguiu sair da casa 28 horas mais tarde, no sábado 19. Foram resgatados por um bote do Corpo de Bombeiros. No domingo 20, quando a água baixou, os moradores de Palmares perceberam que a cidade não existia mais: “É lama, entulho e mau cheiro por toda parte. Não existe mais prefeitura, bancos e no lugar da praça só há uma enorme cratera. Palmares foi varrida do mapa”, constata Melo.

A Desolação
Ninguém tem para onde ir. Em muitas cidades é difícil saber até como
iniciar a reconstrução. Moradores ainda estão marcados pelo medo
img4.jpg
RUÍNAS
Milhares de casas desabaram e mais de 50 mil pessoas ficaram desalojadas nos dois Estados
img2.jpg
CASA VAZIA
Em União dos Palmares (AL), uma das cidades mais afetadas, menino tenta recuperar a bicicleta
img1.jpg
DESESPERO
Alagoanos nadam para escapar da forte correnteza que fez transbordar o rio Mundaú
img.jpg
CAOS E LAMA
Sem água e sem luz, as pessoas tentam se virar como podem na cidade de Branquinha (AL)

Histórias de desespero se repetiram nas mais de 54 cidades pernambucanas afetadas pelas enchentes. Em Barreiros, o psiquiatra Anchieta Caraciolo ficou ilhado no Hospital Psiquiátrico onde trabalha. “Foi uma situação terrível. Não havia luz e só escutávamos o som da água, que descia pelas ruas como uma cachoeira”, lembra Caraciolo. O hospital, que tem 107 pacientes masculinos, aos poucos foi abrigando uma população aflita. Entre as centenas de pessoas que buscaram refúgio no prédio estava Josilda Maria da Silva, 19 anos, grávida, já em trabalho de parto. Seu atendimento foi improvisado em meio ao caos e, pela primeira vez na história do hospital psiquiátrico, nasceu ali um saudável bebê de 3,5 quilos. “Ela recebeu o nome de Maísa Vitória”, diz o médico. Quando deixou o hospital no domingo à noite, Caraciolo viu o estado de calamidade da cidade: “Era um cenário de pós-guerra. Barreiros parecia bombardeada.”

img5.jpg]
img3.jpgimg6.jpg
SEM REAÇÃO
União dos Palmares (AL), Palmares (PE) e a força bruta do rio Mundaú

Em Alagoas, na Zona da Mata, choveu 180 milímetros em três dias – a média histórica para todo o mês de junho, nesta região, é de 150 milímetros. Na cidade de Quebrangulo, a população começou a notar no início da tarde da sexta-feira 18 que as águas do rio Paraíba estavam subindo. A professora Rosalita Melo dos Santos, 27 anos, dava aula de reforço a alguns alunos em sua casa, enquanto sua mãe, Carmelita, 65 anos, fazia as orações diárias na moradia de vizinhos. “Às três da tarde, minha mãe chegou dizendo que o rio estava alto e que era melhor pegar algumas roupas e sair de casa”, lembra Rosalita. Exatamente uma hora depois do aviso, a enxurrada já havia invadido a casa da família. Mãe e filha não tiveram tempo de salvar nenhum pertence. “A casa toda caiu, só sobrou o muro da frente.” Foram mais de 800 pessoas atingidas na cidade. O número de mortes em Alagoas chegou a quase o dobro do contabilizado em Pernambuco, onde a tragédia começou. Uma das justificativas para tamanha devastação é o fato de os rios alagoanos serem afluentes dos pernambucanos. As águas, que já haviam transbordado nas nascentes, ganharam força pelo caminho e varreram com maior intensidade o Estado vizinho. “Quando a água chegou aqui foi como um efeito dominó, devastando cidade após cidade”, diz Luciano Barbosa, presidente da Associação dos Municípios Alagoanos. A enxurrada colocou abaixo 59 cidades, deixando mais de 70 mil pessoas desalojadas. 

img10.jpg

img11.jpg

img9.jpgimg8.jpg
CENÁRIO DE GUERRA
Moradores de Quebrangulo e União dos Palmares (AL) veem que pouco sobrou das suas cidades

Sem ter como socorrer suas vítimas, Alagoas e Pernambuco dependem de donativos e precisam agora da ajuda rápida do governo federal. Mas a burocracia atrapalha tudo – tanto quanto a imprevidência. Não há preferências partidárias na lentidão do aparato estatal. O governo tucano de Alagoas, por exemplo, jamais pediu verbas federais para a prevenção de enchentes. E a distribuição deste dinheiro, boa parte nas mãos de ministros do PMDB, parece responder estritamente a interesses paroquiais. Dos R$ 70,5 milhões disponíveis para prevenção de enchentes neste ano, a Bahia, Estado do ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima, ficou com 58% do dinheiro, R$ 40,1 milhões. Alagoas não teve nenhum centavo e Pernambuco recebeu míseros R$ 172 mil, ou 0,24%, segundo balanço da ONG Contas Abertas. “Estes privilégios estaduais são um absurdo, uma irresponsabilidade”, diz o economista Gil Castelo Branco, da ONG Contas Abertas. “O TCU tem sido muito brando com eles.”

G_Enchente.jpg

A principal autoridade encarregada de coordenar os trabalhos do comitê de crise, a secretária nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional, Ivone Valente, rebate as acusações. “Liberamos R$ 14 milhões para Alagoas, para os carros-pipa, no ano passado”, diz ela. “Lá, a prioridade era obra contra a seca, não era dinheiro para prever tragédias provocadas pelas chuvas.” Já o professor do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília José Oswaldo de Araújo Filho entende que a falta de planejamento é a principal causa das mortes ocorridas. “O governo poderia gastar menos e ao mesmo tempo diminuir a dor da morte e os prejuízos materiais. Mas para isso é preciso investir mais em planejamento que em remediação”, diz ele. “Necessitamos de uma política de remoção das populações nas encostas.” A mesma opinião é defendida pelo engenheiro e especialista em recursos hídricos Valmir Pedrosa, da Universidade Federal de Alagoas. Para ele, a construção de barragens nas regiões dos rios Mundaú e Una poderia resolver o problema. A cada dez anos, segundo Pedrosa, essas regiões passam por enchentes. Mas o rio Mundaú, maior responsável pelas enchentes em Alagoas, não possui uma só barragem em seu leito principal, só nos afluentes.

img12.jpg
O presidente Lula decidiu mobilizar sete ministérios para apoiar os dois Estados. Entre as primeiras iniciativas anunciadas estão a oferta de medicamentos, distribuição de água engarrafada e alimentos industrializados de consumo imediato. Na área de infraestrutura, o governo está ligando as redes de transmissão de energia dos municípios e recompondo trechos de estradas. Começaram a ser distribuídas 80 mil cestas básicas e há um estoque de outras 100 mil para serem entregues nos próximos dias. Lula anunciou ainda a liberação de mais de R$ 600 milhões para a reconstrução das principais cidades atingidas pelas enchentes. Resta agora saber quando esse dinheiro sairá do papel e como ele será distribuído. As cidades nordestinas, ainda sem água e luz, aguardam


Se durante o dia o cenário já impressiona pela destruição, à noite, quando quase ninguém circula pelo Centro devastado, Palmares vira uma verdadeira cidade fantasma. Como apenas 10% da área atingida tem energia elétrica, depois que o sol se põe, apenas os faróis de alguns carros e máquinas e as lanternas dos vigias mostram que ainda há vida por lá.
Na praça, o único ponto de luz é alimentado por um gerador. 
A iluminação garante tranquilidade para uma senhora que perdeu a casa na enchente dormir num dos bancos que restaram desocupados.
Com tudo às escuras, é impossível saber onde se pisa. Sem ver direito, parece que o olfato fica aguçado e o cheiro de podre fica ainda mais forte. Basta respirar para saber que debaixo daquela lama toda há comida podre e animais mortos.

Daniel Guedes- 

Presidente Lula se emociona em Palmares

6
"Não haverá limites para reconstruir Palmares", disse o Presidente Lula, se emocionando ao sobrevoar a tragédia .
Lula abraçou e confortou os Palmarenses 
Lula, que chegou a chorar durante a visita, foi abraçado e aplaudido pelos moradores da cidade. O presidente afirmou que o que mais o impressionou em Palmares foi a gratidão das vítimas da enchente. "O cidadão que estava ali, com o pé enfiado na lama fedida, poderia até xingar o presidente e o governador", disse Lula, que estava acompanhado do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
O que se viu nas ruas destruídas e enlameadas de nossa querida Palmares, foi pessoas que choravam e  aplaudiam!
Aos gritos de "Ajuda a gente, Lula!!!ele percorreu todo o centro comercial , estarrecido com cada visão de desgraça das Praças; casas comerciais; Bancos e residências.
O que se vê nas nossas ruas é só desolação

Lula coloca o pé na lama em Palmares

1
“Me emocionei. Primeiro por ver aquela situação. Depois por ver a gratidão do povo. Um cidadão que estava ali com o pé enfiado naquela lama fedida poderia estar xingando o presidente e o governador, mas, não, estavam ali agradecendo”, disse o presidente pouco 
 depois de visitar a praça principal de Palmares (PE), uma das cidades mais atingidas pelas enchentes.
Em uma hora e meia em que aqui esteve, Lula anunciou um pacote de emergência, o depósito de R$ 275 milhões para os cofres do estado, conversou com prefeitos da região, abraçou e foi abraçado. Consolou as vítimas desoladas e fez promessas após transitar em uma caminhonete aberta pelas ruas atoladas por um barro sujo e "fedido", como o próprio mencionou. "Temos obrigação política, humana e moral de ajudar a reconstruir o que foi destruído nos estados de Pernambuco e Alagoas", disse, em entrevista à imprensa. "Não haverá limites. Vamos derrotar a burocracia que costumeiramente atrapalhava a todos nós", garantiu. A imagem do dia, a que impactou as vítimas das enchentes em Palmares, foi a de Lula com o pé na lama. 

Lula vem a Palmares

5

Reconstruir. Essa é a palavra dos próximos dias, semanas e meses para mais de 42 mil pernambucanos que tiveram suas casas parcial ou completamente destruídas pelas chuvas. Durante cinco dias consecutivos, forte temporal e enchentes causaram, pelo menos, 15 mortes no Estado - oito só no Recife. Ao todo, 54 cidades foram afetadas, 30 estão em situação de emergência e 9, em calamidade pública. A Zona da Mata Sul foi a região mais atingida. A força das águas provocou transbordamento de rios e sangramento de barragens, arrasando comunidades inteiras. Em muitos desses lugares, faltam comida e água. O cenário é de guerra. Mas também de esperança. A ajuda governamental e voluntária começa a chegar àquelas pessoas que perderam tudo, menos a dignidade. Cabe agora aos demais brasileiros, pernambucanos ou não, conjugar outro verbo: Doar.
A cidade ainda está sem água, a podridão está nas ruas e casas. Andei pensando: acho que estão esperando a visita do Presidente Lula , que finalmente virá para Palmares hoje,quanto mais horror tiver para mostrar , a politicagem cresce. Então depois que ele ver de pertinho  a desgraça, acho que as águas chegarão rapidinho e a ajuda para o povo virá .
Apesar de não acreditar muito,pois lembro da enchente de 2000, que fizemos até cadastro e nunca tivemos nem um emprestimo para recomeçar na Farmácia.Fiemos fotos de nossos computadores, vitrines, e tudo que perdemos , e nunca tivemos ajuda de governo nenhum.

Enchentes em Palmares-

0
Um surto de diarreia em Maraial, na Zona da Mata Sul, a 133 quilômetros do Recife, acendeu o alerta entre autoridades de saúde que monitoram municípios afetados pelas enchentes que já mataram 52 pessoas e deixaram 157,5 mil sem casa em Pernambuco e Alagoas. Elas temem uma onda de epidemias, como leptospirose e cólera, cujos sintomas levam ao menos uma semana para aparecer.

PUBLICIDADE

A informação do surto foi dada anteontem pelo prefeito de Maraial, Marcos Maraial, às autoridades regionais de saúde. Em Palmares, cerca de 80 pessoas da cidade e de municípios vizinhos já procuraram atendimento no Hospital Menino Jesus por causa de vômitos. O equipamento privado passou a ser a referência local depois que o Hospital Regional de Palmares, que atende 22 municípios da região, foi totalmente destruído ao ficar dois dias embaixo d'água.


Doações para Palmares-PE

1
Amigos que estão querendo ajudar na tragédia das enchentes, estamos recebendo doações de alimentos não perecíveis, roupas, colchonetes, sapatos e outros.
Os donativos podem ser entregues na sede do Focolares, na rua Santos Dumont- 852 no Rosarinho, junto a Padaria Rosarinho- FONE: 3243-2050

Notícias de Parentes

1
Amigos e conterrâneos, infelismente não tenho como ajuda-los a saber notícias de seus parentes de Serro Azul e Santo Antonio dos Palmares.Estou afastada do centro da cidade e sem poder me comunicar com pessoas que poderiam me dizer como estão as coisas por lá.
Como muitas pessoas tem acesso a este meu humilde Blog, peço que quando deixarem um recado , coloquem e-mail, pois as pessoas poderão ajudar dando alguma notícia.

S.O.S. VIVA MAIS !!!

3
Pensar que hoje é véspera de São João! Imagina que eu nem sabia que dia é hoje... a gente fica totalmente sem noção depois de uma tragédia dessas.
Estou aqui na casa de meu irmão enquanto as coisas vão se arrumando...continuo cuidando de minha tia que está cada dia mais fraquinha...ontem foi um dia difícil,fui dormir as 2 e meia da manhã , ela era só diarréia, reflexo dos dias angustiantes que passamos.
  A limpeza de nossas casas é muito lenta, por não ter água ainda nas torneiras.Só se pode jogar fora os entulhos:  sofá podre de lama, colchões, comidas armazenadas, quadros, livros, álbuns de nossas fotos, brinquedos, bonecas, armários, tudo isso virou uma papa de lama podre.
 A vida é assim mesmo, procuro ter calma e me conformar, pois não é só a cheia que me abalou, tenho a minha tia totalmente dependente de mim em cima de uma cama. Só Deus é quem me dá forças nestes dias de pesadelo que vivo. Apesar da minha luta diária, nos momentos em que minha tia está sob o efeito de morfina , procuro conseguir alimentos e roupas e junto com Zanza, tornei a casa de minha cunhada um verdadeiro S.O.S VIVA MAIS!!!
As pessoas ligam para mim desesperadas, chorando querendo roupas , alimentos e na medida do possível , com a ajuda de meus filhos, parentes e amigos nossos, estamos recebendo donativos e distribuindo rapidamente. 
Agradeço de coração aos meus familiares de Recife, ao  Movimentos dos Focolares,nas pessoas de Mônica e Eneida; a Nilza , mãe de meu genrinho Henrique, que não mede esforços e está fazendo uma bela campanha; a minha cunhada Valdenize que disponibilizou um carro baú para trazer para Palmares; aos amigos de Faculdade de meus filhos;  enfim , a todos que estão comigo nessa luta de esperança e caridade!
Deus recompensará a todos!!! 

Preciso de Donativos para Pessoas Especiais- Palmares-PE

1
Há meses que luto com minha tia que por consequência de um câncer, passou a ser uma pessoa especial.Bem sei o que é cuidar de uma pessoa especial, que fica totalmente dependente em cima de uma cama . Pessoas que nesse momento precisam  de remédios, principalmente controlados.Gases, fraldas descartáveis de adulto tamanhos G M P, pomadas Dermodex , Novacort, Buscopan gotas, Luftal gotas,luvas esterilizadas, Toalhas,lençois.
Decidi que minha ajuda aqui no meu Blog será direcionada a Pessoas Especiais.


Relato de um Palmarense

1
Tamanha foi a minha emoção ao ler este belo relato de um Palmarense apaixonado pela Terra dos Poetas!!!


POSTADO ÀS 10:07 EM 21 DE Junho DE 2010

Por Jônatas Campos*

Escrevo com um olhar de um jornalista que vive no Recife há 12 anos, mas que nasceu e se criou em Palmares, uma das cidades mais devastadas pela enchente do Rio Una. Desde a infância convivi com enchentes em minha cidade. Lembro bem dos meus pais escolhendo qual dos móveis salvar e qual deixar em casa, por conta da rapidez com que as águas do Rio Una subiam. Lembro das semanas subseqüentes com falta d’água e lama para limpar. Lembro das portas de casa sem fechar, inchadas por ficarem submersas por muitas horas.

O Una, que em Tupi quer dizer “o que tem águas escuras”, hoje é poluído pelos esgotos da região, pelas usinas de cana-de-açúcar e oprimido pelos aterramentos desordenados de suas margens. Quando recebe quantidade adiciona de águas das chuvas e da verte das barragens locais, retoma o que lhe foi tirado; seu espaço natural. E causa estragos. “Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem”, diz um trecho do poema de Bertold Brecht.

As imagens que aparecem nos jornais de hoje e do final de semana, desde as fotos aéreas de Roberto Pereira ao registro de Daniel Guedes, impressionam pela plástica de terra arrasada, pelos móveis pendurados nos fios elétricos, pela cor de barro das águas revoltas e pelo desespero nos rostos das pessoas. Aos filhos daquela terra, as imagens machucam muito mais. É porque no lugar daquele entulho todo havia nossa vida diária, nossos costumes, nossos espaços públicos e nossas lembranças.

No lugar daquela cratera imensa fotografada pelo repórter do JC, antes existia a Praça Ismael Gouveia, lugar certo para o encontro dos namorados e praça mais tranqüila para as mães levaram as crianças para passear. As árvores eram baixinhas e rigorosamente podadas pelos jardineiros da prefeitura para ficarem naqueles formatos arredondados. Hoje existe um enorme caminhão e um carro de passeio jogados no buraco que ficou no lugar da praça. O Ginásio Municipal, colégio quase centenário e lugar onde tantos estudaram (eu, por exemplo) e se formaram, hoje é um monte de ruínas.
Pela ponte da BR 101 íamos para Água Preta e para as praias; São José, Tamandaré, Barra Grande, Maragogi. Pela ponte de Japaranduba, seguíamos para Catende e Caruaru. As pontes estão destruídas.

Com a convivência com antigas enchentes, os palmarenses criaram um costume de pendurar os móveis nos caibros dos telhados e abrigar-se nas casas dos parentes, esperando as águas retornaram para o leito do rio. Também eram nas casas com primeiros-andares que o dono e vizinhos empilhavam seus pertences (em muitas ocasiões permaneciam lá), em movimento ágil e solidário, também a espera do desnível das águas.

Mas agora foi diferente. Os primeiros andares não foram suficientes. Os caibros dos telhados, muito menos, porque o rio elevou-se 13 metros acima do seu leito. Relatos do site de notícias local (www.girope.com.br) descrevem pedidos de socorro durante a madrugada da sexta-feira, 18, para o sábado, 19 de junho. Liguei para amigos e confirmei a informação. Quem estava perto dos locais atingidos passou a madrugada atormentado pelos pedidos de socorro que vinha de locais distantes e escuros pela falta de energia elétrica.

A cidade ainda não tem água potável nos canos e a energia elétrica aos poucos é restabelecida. Há uma lama negra e densa sobre as ruas e dentro das casas. O costume com enchentes pregressas lembra: é preciso tirar a lama urgentemente das casas, porque quando ela seca fica parecendo cimento duro, ao mesmo tempo em que seu mau cheiro aumenta. Também é preciso tirá-la das ruas, porque em pouco tempo ela torna-se uma poeira fedida e insuportável. Com o volume de lama, os boeiros e galerias pluviais ficam entupidos. Se houver outras chuvas, as águas, por poucas que sejam, não têm para onde escorrer.

É preciso retomar o cotidiano da cidade o mais rápido possível, para que o desespero e a desesperança não atinjam a alma daquela gente tão batalhadora.

Na coletiva à imprensa o Governador Eduardo Campos anunciou a liberação imediata de R$ 50 milhões para as ações emergenciais. Já garantiu mais de 140 tratores e caminhões para retirar os entulhos e já fez compras extras de alimentos, colchões e mantimentos de primeira ordem.

Mas o que me deu esperança não foram as ações emergências. O mais importante é o compromisso do governador, diante da imprensa, de implantar alternativas que realmente solucionem o problema das enchentes na região. Não permitir a reconstrução irregular de moradias nas margens do rio. Iniciar a construção de barragens nos rios da região para conter a velocidade das águas. Destinar áreas nos planos diretores dos municípios para a construção de moradias pelo Programa Minha Casa Minha Vida. Garantir saneamento básico.  Reconstruir as pontes com vãos maiores para liberar o curso das águas.

Gostaria muito que, com esse compromisso, o povo de Palmares e da região perdesse um antigo costume. O costume de conviver com enchentes e com os prejuízos financeiro e sentimental que ficam depois que as águas passam.

*Jônatas Campos é jornalista e palmarense
Twitter: @jonatascampos

A Educação de Palmares em ruínas!!!

1
Nosso querido Ginásio Municipal, palco de grandes pessoas do cenário nacional,hoje desta forma destruído! Quem não lembra do Admissão,  de Professor Brivaldo, Professora Francinete,Joabil e tantos outros!!!
Queremos preservar na nossa memória os melhores momentos da nossa adolescência.

Recomeçando a Viver...

6
O sol hoje amanheceu maravilhoso, nos dando forças para recomeçar uma nova etapa das nossas vidas. Apesar do terror que vivemos ontem no final da tarde, quando um boato sobre o estouro da barragem do Prata, que vinha como um Tsunami nos atingir, levou toda a populacçao Palmarense a loucura. A cidade parecia o filme 2012, todo mundo correndo, caindo nas lamas da cheia, para tentar alcançar os lugares mais altos da cidade. A ladeira do matadouro perdia para o carnaval de Olinda.Gente se arrastando para conseguir se salvar.
O maior pânico já acontecido em Palmares!!!
Queremos esquecer essa loucura!!!
O pior agora é o descaso dos governantes, a cidade está sem água e os entulhos acumulando cada vez mais. A podridão já esta tomando conta da cidade, pois existem muitos animais mortos nas ruas, boi, cachorro e outros.
 CADÊ OS CARROS-PIPAS, CADÊ OS CAMINHÔES E TRATORES PARA RETIRAR OS ENTULHOS!!!

PÂNICO EM PALMARES!!!

6
Meu Deus! não bastasse todo o nosso desespero em ter de fugir das águas que inundaram a nossa cidade,hoje a tarde aconteceu o pior:Pessoas começaram a correr e gritar que a barragem do Prata tinha sido destrúida e que vinha um mundo de água .
Recebi o tel de meu genro mandando correr para bem alto,não sabíamos o que faer. entrei em pânico precisava salvar minha tia, irmãos, sobrinhos todo mundo...
Foi um pandemonio geral. entramos em choque e ninguem achava chave de carro, quando meus irmão chegaram do comercio, pois estavam já lavando a Farmacia retirando tudo que perdemos.Tudo mesmo, pois não deu para salvar nada perdemos todos os medicamentos, a água deu no teto do primeiro andar.
Entramos em 3 carros , e partimos pra um lugar alto , levando nossa tia deitada numa maca.sofrendo de câncer.
So sossegamos quando o Comandante Reginaldo ligou para fontes seguras e nos tranquiliou. Tratava-se de um boato ,lançado na rua por vãndalos que queriam justamente que todos corressem para poder eles saquearem as casas. 
Foi a pior loucura da minha vida e dos meus familiares.O povo lá embaixo na cidade,todos loucos a correr e gritar e subir ladeiras.
Meu Deus, se a barragem do prata estourasse mesmo varria Palmares do mapa.
 Essa é a nossa farmácia, perdemos tudo, a água chegou no teto.
Nossos patriarcas, meu avô Genésio e meu pai Heitor, são eles que nos dão forças para reconstruir todo o legado que eles nos deixou.
 É desesperador ver todo o nosso trabalho de anos, debaixo de lama.