Publicado no Jornal do Commercio – Coluna Caminhos da Fé
10.10.2016
Nosso entendimento sobre tempo está muito distante daquilo que possamos admitir no universo infinito. Aqui temos um calendário e um relógio que nos angustia por conta de sua contagem constante e imutável... No decorrer dos dias somos reféns do momento e da hora, onde os compromissos nos oprimem para que sejam cumpridos a tempo. Quanto ao “relógio do universo” que desconhecemos totalmente, também caminha célere sem nos darmos conta do tempo que nos resta na escola chamada Terra.
Os afazeres diários com um turbilhão de obrigações fazem com que nos esqueçamos do tempo que poderemos dispor nessa existência. Não raro deixamos para “amanhã” coisas da maior importância sem percebermos de que logo adiante estaremos sentindo a falta de sua realização. Essa é a realidade do nosso dia a dia! Damos ênfase a tudo que é visível e palpável, ou seja, a vida material. Ao longo dos mil quatrocentos e quarenta minutos de um dia, não dispensamos nem dez minutos para tentarmos vislumbrar os valores d´alma... Como somos mesquinhos com nós mesmos! O que representa esse tempo ínfimo nas incontáveis horas que temos? Nesse mundo invisível do nosso Espírito ainda somos uma incógnita para nós mesmos.
O “eu” desconhecido armazena os reais valores e significados das nossas vidas. É nele que iremos descortinar o potencial que possuímos para vivermos felizes e fazermos, também os nossos semelhantes usufruírem desse sentimento tão relevante. Em Mateus 5:25-26 encontramos a palavra de Jesus:“Concerta-te sem demora com o teu adversário, enquanto estás a caminho com ele, para que não suceda que ele te entregue ao juiz, e que o juiz te entregue ao seu ministro, e sejas mandado para a cadeia. Em verdade te digo que não sairás de lá, enquanto não pegares o último ceitil.” (Grifo nosso).
Essa mensagem de Jesus leva-nos ao entendimento dessa responsabilidade. Padecemos do orgulho e egoísmo, que são dois entraves que dificultam a boa convivência entre os povos, evidenciamos todos os dias confrontos que fazem o homem retroceder ao tempo da barbárie. Esses desencontros resultam das nossas inúmeras imperfeições do passado nas quais estamos presos por desconhecermos suas raízes...
Nosso crescimento espiritual não pode acontecer se não fizermos um exame em nossas consciências quanto à nossa conduta na sociedade. Isso exige sacrifício, mas nossa missão na terra é evoluir no intelecto e na moral. Se observarmos os avanços no âmbito intelectual nada temos a reclamar. A ciência tem dado passos de gigantes em todas as áreas de atuação. Contudo quando enveredamos no campo da moral, verificamos que ainda somos incipientes, considerando o vasto caminho ainda a percorrer.
No poema O Tempo, de Mário Quintana temos: (...) “A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa; não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo; Quando se vê, já terminou o ano...” A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.”
Tenhamos pois consciência de que o tempo é agora! São os dias que consumimos em nossas existências e que devemos valorizá-los quanto ao seu significado e sua verdadeira essência. Estamos de passagem como viajores do infinito! “Reconciliar-se com o próximo é vislumbrar um novo horizonte de vida, onde a luz do perdão resgata o orgulho das trevas”
Luiz Guimarães Gomes de Sá
Trabalha no Centro Espírita Caminhando Para Jesus